Versos Que Não Fiz

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

ANTENA PARANÓICA



Essa coisa de sintonia... Não é fácil.

O rádio muda a estação sem a nossa vontade.

Queremos voltar , mas nem sempre é possível.

Um dia essa estação sai do ar.

Ou pode ficar tocando na mente pra sempre.

Independe de vontade.

Vontade, aliás, é coisa doida.

Muda, também, o tempo todo.

Acho que é problema de interferência nas ondas do rádio.

Radinho de pílha. Às vezes fica fraca.

Para. Tem que trocar.

Troca, destroca, coloca de novo.

Isso é confusão que não acaba.

Ainda mais pra cabeça de doido...

Antena fica paranóica.

Desparabolizei... acho que inventei...

Azar, também gosto de inventar.

Os pássaros voam perto. Pousam. Interferência.

Começa a chover ?

Raios, trovejam, relampejam. Interferência.

O coração bate descompassado?

Taquicardia, minha filha....Interferência.

Sensibilidade à flor da pele, te cutucando: Interferência.

Todo dia, toda hora, a cada minuto, todo ano.

Tudo vai variando. Mundo rodopia e antena não capta.

Gira mais devagar, mundinho meu...

A antena é fraca, o coração não aguenta. Desnorteia.

E a antena, paranóica.

Raios!

Um comentário:

Viviane Junqueira Ayres disse...

A minha cara...

Minha vida está hoje exatamente assim... o pior é quando do nada o radinho volta a tocar e a gente acha que a pilha ficou boa...mas depois se cala novamente...

Vou comprar pilhas recarregáveis...

bjuss