a poesia
moradia das tristezas
penhasco das desilusões
desértico solo
rochosa agonia
ilha dos náufragos
carente de maresia
poeta doente
morre a cada dia
ao ver-se distanciar
da origem de sua fonte
o amor que lhe escapa
da linha do horizonte
a nescente outrora roubada
várzea dormente
coração já demente
convalescente
nada mais sente
os versos lhe afagam
para consolo
numa morte
iminente
sem dolo
apenas silente
Nenhum comentário:
Postar um comentário