Versos Que Não Fiz

domingo, 22 de agosto de 2010

Algumas Palavras



Algumas Palavras

A garota gostava de conversar.
Gostava muito de contar e ouvir histórias ( mais ainda - estórias). Conversava com seus gatos ( eles a olhavam com tanto amor e atenção ) e eles sempre a entendiam e respondiam. Seus miados eram como carinhos aos ouvidos da moça. Havia uma relação de entrega, de amor sem interesse a não ser a reciprocidade do sentimento. E eles sabiam e sentiam que eram como que um pedaço dela.
Ela gostava de conversar com o espelho. O espelho, que refletia aquela imagem tão familiar, lhe dizia tanto, com seu olhar. E ela prestava atenção ao seu silêncio... O silêncio, a compreensão, a respiração, o piscar de olhos. O espelho também entendia ( como ela achava isso estranho...). Seria possível entendê-la? Mas o não entender faz parte.
Ela gostava demais de conversar com seus livros, com seus bichinhos de pelúcia, com seus próprios pensamentos. É. Ela conversava com seus pensamentos e lembranças.
Amava estar ali, em seu cantinho, seu apartamento, seu quarto, seu mundo, ouvindo suas músicas, entrando de alma naquela atmosfera tão sua.
A garota adorava sonhar, lembrar daquelas paisagens e lugares maravilhosos que conhecera e, mais ainda, amava sonhar com os lugares que irá conhecer, com as ruas que irá passar, com os prédios, castelos, catedrais, igrejas, museus, jardins, céus azuis e terras macias com jardins maravilhosos que irá conhecer. O sonho sempre tem grandes chances de se realizar - ela sempre soube disso.
Essa garota gosta de escrever, de inventar letrinhas nas páginas em branco. Mas assim, sem compromisso, sem ordem definida, sem metria, sem linearidade.
A liberdade se manifesta muito bem nessas horas. Escrever ao relento, no embalo das ondas, nas asas da imaginação. É como o vôo de um pássaro que parte num repente, sobrevoa, e mais tarde pousa. Sem compromisso com o compromisso.
É assim que ela é , assim, sem muitas definições. Mas com muita intensidade, muita paixão, muita entrega.
Na verdade, a sua entrega é para a sua alma, seus desejos, suas crenças, e, claro, pro amor verdadeiro. Sua entrega é para a VIDA.

3 comentários:

Manuel Pintor disse...

Eu confirmar-lhe-ia que, como pássaro, quanto mais livre e extenso o seu voo,
mais rico e intenso é o seu pouso, também ele livre.
Mas isso, a garota já sabe, suponho. :-)
Sua entrega é para o Amor inteiro e verdadeiro, é para a Vida!
Esse o compromisso.

"Algumas palavras" dizem muito, Flávia!

Anônimo disse...

Ain, você é tão especial, como eu fui bobocaaaaa de me esconder com medo nas vezes em que te dei (s)unflower, quando você merecia um GIRASSOL! Muito legal ver os dois textos, de idades diferentes, e perceber o quanto você mudou no estilo, mas não essência :) Se você também é uma eterna-criança, vamos montar um jardim da infância e escrever para as crianças eeee \o/

Flávia Braun disse...

Ritinhaaa meu sonho é escrever um texto contigo....será que seria possível? Vamos escrever um belo poema pras crianças de todas as idades!
Ritinha , adoro-te tanto, não sumas! Onde anda seu blog ?
Preciso ler vc!!!
Beijos com o maior carinho do mundo!